cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Ai, não me fale de África, que saudades! Saudade, saudade, saudade desse minha terra sem igual...Xicuembo Xanhaque.................


IAM: Cara amiga bovino-espectacularizada, não não vivia em cima das ávores, nós chamávamos mato (que se distingue da mata daqui) à província. Mas que tinha muito contacto com animais selvagens, lá isso é verdade. Nunca mais me esquecerei das tardes com um pôr-de-sol deslumbrante em que íamos passear de jeep com o meu pai pela savana, nem quando viajávamos de avioneta e ficávamos no meio de tempestades tropicais. Aquele sentido de liberdade ficou-me retido na retina, incorporado no sangue, aquela força de uma natureza indomável moldou-me o carácter!
E não se julgue que os animais não têm uma ética, têm muito mais que muitos seres humanos que conheço, afeiçoam-se às pessoas, são leais, quando atacam é porque têm ou fome ou medo e, geralmente, fazem-no frontalmente e para se defender, não atacam por prazer. Mesmo as cobras atacam por medo- só as humanas é que, pela sua psicopatia, se comprazem em ataques medíocres e rasteiros(há um cientista norte-americano dedicado ao estudo destes psicopatas que os apelida de "as cobras de gravata", porque as estudou em ambientes empresariais).
Eu não tenho medo algum de cobras, nem mesmo das humanas, apesar destas últimas me meterem um verdadeiro asco, principalmente quando atacam, cobardemente, pela calada. Mas quanto às primeiras, muito mais autênticas, não era eu que as matava, era a Carminho, eu nunca fui muito afoita a matar animais, sempre senti uma grande empatia com eles. Mas, atenção, a Carminho sempre adorou animais, mas como tinha medo das cobras, por vezes, acertava-lhes com a pedra da fisga. Olhe, uma vez até foi para me proteger, pois a cobra ia-me mordendo e era uma surucucu, uma das espécies mais venenosas de Moçambique.
Sabe que uma das brincadeiras minhas preferidas era brincar com os camaleões? Punha-lhes fitinhas de cores nas costas e eles mudavam de cor de forma ténue.
Para lhe ser franca, sempre me fez confusão tirar uma vida- até uma mosca é um milagre, pois é uma obra do Criador, nenhum homem poderia criar uma mosca, por mais clonagens a que se dedique. Já cá em Portugal, cheguei a ter uma aranha de estimação-não a tinha numa campânula, ela simplesmente habitava no meu quarto- durou quase um ano, creio que morreu de velhice. Eu supliquei à minha Mãe e à empregada para que não a matassem.
Os insectos são seres muito diferentes de nós, mamíferos, daí que os seres humanos demonstrem a propensão para os detestar. O senso comum massificado, geralmente, só aprecia o que se lhe assemelha, pois está muito concentrado no próprio umbigo, orienta a forma como identifica o interlocutor (os animais não têm uma linguagem articulada, mas comunicam connosco, temos é de saber interpretar as suas mensagens) por preconceitos, ideias feitas, pelas memórias simbólicas e experiências que lhe são familiares. No fundo, a discriminação é uma atitude motivada pelo medo e pela insegurança- só não tem medo do contacto com a diversidade quem tem uma auto-estima consolidada, um profundo respeito pela vida e o hábito de com ela estabelecer trocas simbólicas. De facto, o mais fascinante é apreciar-se a diferença, enriquecendo a nossa vida com o contacto com ambientes, pessoas e seres com características e experiências de vida díspares. Tenho dois amigos- uma francesa e um americano- que viveram no Senegal e afirmam isso mesmo- um cosmopolita valoriza vivências e culturas distintas das suas, não as julgando à luz (ou será à sombra?) dos seus valores etnocêntricos, mas compreendendo-as e respeitando-as na sua diferenciação. Viva a diferença! "Todos diferentes, todos iguais, todos animais, todos racionais"!

Pós-postado (PP): e por falar no grito do Tarzan, olhe, não há nada melhor, quando estamos fartos deste circo constante em que se tornou a existência do homem pós-moderno, que chegar a uma falésia junto ao mar e gritar: "AhAhAhAhAh!!!!!!. Convém é não atirar-se às árvores, pois na Europa, que eu saiba, não há lianas, onde se agarrar! Mas, também, numa falésia, é difícil encontrar árvores, se bem, que, neste país, já nada me admira, o efeito "Fenómeno do Entroncamento" generalizou-se epidemicamente por todo o território luso e tanso!



Jonhy Weissmuller, may your soul rest in peace, may you find in Heaven what you did not find on this ungrateful earth full of little people! I will always be your nº 1 fan!

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