cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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quarta-feira, julho 25, 2007

Doong....rong! Foi o pirólogo Eduardo Finta, digo, Pinta as Torres! Hip Hip Hurra!

VG: Dooong....compity roong! Não acertou!!! Não acertou!!!! Não acertou!!!

Foi o fantástico, o explosivo, o pirólogo mais importante da nossa praça pública: o Eduardo Finta, perdão, Pintas as Torres!


Aqui vai a entrevista, fresquinha como se fosse acabada agora de pescar e queimadinha como se as fagulhas que já nos apoquentam já tivessem nela começado a lavrar. Viu Sua Leviandade? Andava a prometer-me um contacto, uma palavrinha, e eu cheguei ao Príncipe das Chamas sem o seu dedinho mágico...


Em exclusivo e só para este este espaço inormativo autoflagelante, esta Vossa Vaca Galo, a repórter mais sensacionalisto-espectacularizante, que alarvemente se aproveita do seu estatuto de VINP (Very Insane Non-Person), leva até ao "sacrossanto recanto do vosso lar" (Sinhozinho Malta ©) :

A entrevista impossível, explosiva, completamente incendiária de moi a il, o alvo das minhas investidas bovinas- Eduardo Finta, ai, credo, digo Pinta as Torres- o crítico televisivo mais corrosivo da nossa praça pública.

VG: Eduardo Finta, perdão- foi um culapsus linguarudus-, Pinta as Torres, amigos seus descrevem-no como um homem frontal, como é que o Eduardo se descreveria?
EPT: Como um crítico cáustico, abrasivo, acutilante, corrosivo.
VG: Apre! Parece que está a descrever um produto desentupidor de canos!!!
EPT: Mas, minha querida, é exactamente isso que eu sou- um desentupidor implacável de canos, dos outros claro, que os meus, apesar de entupidos pelo cotão do tempo, cá se vão desentupindo por si. A mim ninguém me desentope, só me entope.
VG: Ó Eduardo, e o que me diz da argolada relativa aos incêndios? Por que o disse, quais as razões que o levaram a escrever uma crónica tão incendiária?
EPT: Minha querida, já viu a beleza das chamas amovíveis a devorar aquelas matas e aqueles matos imóveis? Não acha sublime este quadro dantesco? É um espectáculo imperdível e a RPT (Raia Portucalense de Tele Visão) fez um mau serviço ao não mostrar todas as chamas a devorar este nosso país! Eu contei-as a todas e faltaram‑lhe mostrar umas 2.800!!! É um sacrilégio, não acha?
VG:Bem, o Eduardo não terá uma veia de pirómano? Pelo menos, de sádico. É que antevejo qualquer coisa de incendiário na sua voz e o seu olhar, para variar, está baço e gélido!!! Já viu a óptima dicotomia fogo/ gelo? Eu sou o máximo!
EPT:My darling, eu sou muito mais máximo que você, criatura menor- eu sou como Nero, a única diferença é que as minhas crónicas não incendeiam Portugal, mas quero ver pela TV Portugal a arder e que não seja sempre de febre do reumático!!! Os fogos estivais nas nossas florestas mostram a nobreza do nosso carácter, a grandeza da nossa alma lusitana, o português é como Prometeu ao resgatar o fogo aos deuses, só que, como nunca ninguém se responsabiliza pelo que quer que seja, este ser sublime jamais poderá ver os seus fígados a servir de repasto eterno a uma ave de rapina. Ou seja, o português é o máximo- queima ou manda queimar, mas nem os deuses o apanham!!! Agora veja- se somos os que contactamos com mais frequência com o espectáculo sublime do fogo, pois que o mostremos na sua integralidade para que todos fiquem a conhecer a nossa veia heróica, a nossa impotência perante a força da natureza arrasadora das chamas! E o que fez a RPT, sim, minha querida, o que é que essa instituição anti-inflamatória, que me deu guarida durante tantos anos, fez? Privou‑nos desse magnífico trabalho desconstrutivo das chamas!
VG: Muito obrigada pelo sublime, mas "seus fígados"? Olhe que os meus fígados não são para aqui chamados, eu gosto muito de me manter ao fresco, odeio caloraças! Quando faço reportagens sobre os fogos festivais faço como o Artur Al Parra da Rã- digo: "Daqui Vaca Galo, algures muito, mas não demasiado, perto de uma mata a arder!". E tenha cuidado com a Belita quando fala do Nero- sabia que ela descende desse tantan? Olhe que ela parece uma lady, mas quando lhe atacam a ascendência, volta às origens e converte-se numa leo parva! Adiante, mas prometeu o quê Eduardo, quem e o que é que lhe prometeram? Bem, como o seu discurso já se está a tornar um pouco helmético, vamos saltar para outra questão: diga-me, agora, qual a sua opinião sobre o relatório da ECR (Entidade Calcinante da Ruminação)?
EPT: Esses ignaros- se eu estivesse num júri de Doutoramento, a Professora Doutora Desterra o Mano seria sumariamente executada (digo chumbada) por mim, um Mestre das chamas, eu que gosto tanto de ver “o circo a arder”! E garanto-lhe que, se este nenhuma chama já tiver, lá porei um fosforozito!
VG: Irra, ó Eduardo Pinta as Torres, a sua língua é mais do que comprida! A sua mãezinha besuntava-a com frequência com picante? É que você é uma cuspideira por excelência! Nem sei como é que ainda não o contrataram no programa “Doutor, Faça de Mim um Esplendor!” como ácido dos liftings! Eu dava-lhe um conselho- bocheche à noite com um pouco de Pim Pam Pum esverdeado- vai ver que lhe passa essa ardência!

EPT: Não me fale nisso, que fico logo de vermelho manchado! Tenho a língua tão macerada pelo seu incontinente uso e por mazelas antigas provocadas pelo "axar indiano" que os meus tios traziam de Moçambique- olhe a terra dessa leo parva aloirada armada em fina que tem como interlocutora!

VG: Mas, Eduardo, tem consciência de que, agora, o terreno já está arado e poderá semeá-lo? Para quando a publicação de um livro sobre a temática do fogo? Por exemplo, poderia intitulá-lo: "A Tragicomédia Epopaica Inflamatória da Mata Portuguesa: a Renegação da sua Nobreza Prometeica pela Falácia Informativo-televisiva de um Canal Generalista". Tinha impacto, era capaz de vender bem! Olhe, não era o único a perceber as vantagens de um bom escândalo, de uma boa querela no espaço público, de uma boa celeuma inflamada, de uma boa polémica incendiariamente exacerbada! É que, hoje, com o relativismo e a indiferença que por aí "são mato", como diz a Belita, o rubro do negativo é muito mais lucrativo do que o pastel do positivo. Au re toi, Eduardo Finta, ai, Pinta, as Torres, desejo-lhe os maiores sucessos nos seus projectos inflamatórios e os maiores desaires nos seus anseios pirómanos!

Bem, meus caros leitores, continuem a seguir as nossas pegadas que nós levá-los-e-mos se não ao inferno, pelo menos a um alerta laranja, onde o termómetro rebentará de tanta chama incontida!
Não se esqueçam de um dos nossos provérbios preferidos: “Não se põe o lume ao pé da cachopa, que ela pode queimar-se e levar a aldeia com ela!”


Cherioo!!!



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