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IAM: Vaca Galo, ma chère, saí há pouco do cinema, pois fui ver Astérix nos Jogos Olímpicos de Frédéric Forestier, Thomas Langmann, com Clovis Cornillac, Gérard Depardieu e last, but not least, Alain Delon.
Vou frisar, muito telegraficamente, alguns pontos:
(a) Apesar de ser uma comédia ligeira e despretenciosa, é mais uma prova de que a geração de Alain Delon produziu espécie de mens, como a quiduxa diz, que hoje rareiam. Então, ouvi-lo a dizer: "Avé César", "César est Beau" e "Avé moi", apesar de uma paródia, é quase um repto a esta nova geração de actores que, quais imberbes Brad Pitts, facilmente, sucumbem perante o charme de homens que mantiveram uma presença inigualável.
É , de facto, verdade o que Alain Delon diz enquanto César: "César não envelhece, amadurece"; "os cabelos de César não são brancos, são iluminados"!
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(b) Quando éramos crianças e adolescentes e a Mãe dizia: "Aquele rapaz do meu tempo" e nós, impertinentes, respondíamos: "Rapaz não-velho!". Como a Justiça Divina É Implacável e o tempo passa por todos nós! Hoje, perante a descendência, damos por nós a dizer: "Aquele rapaz do meu tempo...", logo corrigidas: "ó Mãe, ó Tia, não é rapaz-é um velho!" Pois, hoje, as descendências secundária e terciária renderam-se, ambas, ao charme de um rapaz do tempo da Avó!
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(c) Nos Jogos Olímpicos retratados neste filme, apenas participam Roma (parte da actual Itália), a Grécia, a Hispania (parte da actual Espanha), a Germania ( a actual Alemanha), o Egipto e a Gália (parte da actual França). E a Lusitânia? Rien du tout, complètement oubliée- valha-nos, também, a aversão dos franceses à Inglaterra e a não presença dos bretões, para não nos sentirmos tão down!
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(d) Que sorte têm estas gerações de poderem vislumbrar, para além dos livros, estes seus heróis em suportes audiovisuais, podendo reter uma memória visual que os acompanhará durante toda a sua vida, crucial para a identificação de certas épocas e seus costumes. Este foi um dos maravilhosos legados destas magníficas criações de René Goscinny e Albert Uderzo- as suas personagens e os seus livros, resultantes de uma criatividade palpitante e de um sublime humor auto-irónico, mas, também, de um árduo trabalho de investigação, permitiram a várias gerações sonhar e entusiasmar-se com histórias da História. É caso para se dizer: "Ridendo docet mores"
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