...diz um Amigo meu que quem não sente ciúmes da "cara-metade" ou do candidato a não gosta, quem não "parte a loiça" pela territorialidade intrínseca ao Amor tem "sangue de barata"- tb eu já há mais de uma década subscrevia este pensamento determinístico e sofria desta maleita....acontece que o tempo passa e, sem nos darmos conta, modelamo-nos ou deixamos modelar-nos pela erosão vivencial...eu sou daquele tipo de pessoas que, face à mínima provocação, principalmente, as consentidas e até estimuladas por quem estiver comigo, em vez de descabelar alguém (abomino baixarias! :) afasto-me tanto física como emocionalmente até criar uma cápsula tipo espaço 1999 intransponível (o problema é desintegrá-la, uma vez instalada... :), até que já nadica de nada me afecta e daí ao vazio é um passo (quando não resulta em repulsa, face a faltas de respeito que ultrapassam todos os limites da decencia humana...:)...sempre achei patéticos, completamente ridículos, esses descabelamentos e lutas territoriais assistidas com um sorriso de contentamento pelo macho em disputa... a minha atitude é sempre esta :) "quiduxa, fique com ele, até porque ele merece-a muito mais a si, pois acho que sintonizei mal a estação de rádio...obrigada pela atenção!"
...e, depois, acho que já fiz duas recrutas que me vacinaram para o resto da minha vida, caso contrário já não estaria aqui, face à erosão contínua, se não tivesse, a um ponto, desligado a ficha e considerado que aqueles territórios não estavam a mim destinados e que estavam a léguas do que sonhara (ok, a vida não é feita de sonhos, mas sou daquelas pessoas para quem a vida sem sonho é igual a um cemitério estéril, a um desencanto total...daí que eu adore "dourar a pilula" em tantos contextos, pois ainda que, em certos momentos, caia na real, nos outros, finjo que não vejo o que está ali explícito...manias um tanto paradoxais!:)
...até porque, hoje, considero as territorialidades e possessividades adstritas enervantes...quando há Algo Acima da mera banalidade não é necessário controlo, nem invasões de espaços simbólicos de forma abusiva, apesar de poder haver uma curisiodadezita ou outra, quando as parabólicas nos avisam de que ali há qualquer coisa errada...digo eu...sei lá a receita, logo eu, que tenho acreditado no Pai Natal, até ver a rena Rudolfo a tirar a carapuça!...agora, pensando bem, um bocadito de ciúme é saudável e até sabe bem, dado que significa que não estamos mortos e que o outro nos é querido...