Giorgio Armani
..."Joy in looking and comprehending is Nature´s most beautiful gift"...
Albert Einstein
Reportagem sobre a Exposição À Luz de Einstein 1905-2005 e entrevista ao Professor Doutor João Caraça, Director do Serviço de Ciência da FCG
..."Joy in looking and comprehending is Nature´s most beautiful gift"...
Albert Einstein
Reportagem sobre a Exposição À Luz de Einstein 1905-2005 e entrevista ao Professor Doutor João Caraça, Director do Serviço de Ciência da FCG
Artigo publicado na edição nº 37 do jornal Nova em Folha, Abril 2006
Secção: Cultura (editora: Isabel Metello)
Secção: Cultura (editora: Isabel Metello)
A Física Moderna e o Mundo da Vida: Exposição À Luz de Einstein 1905-2005
Entre 4 de Outubro de 2005 e 15 de Janeiro de 2006, esteve patente ao público na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) a exposição- À Luz de Einstein 1905-2005-, uma das iniciativas promovidas por esta instituição no âmbito das comemorações de 2005 como o Ano Internacional da Física. E porquê 1905? Porque foi nesse ano que Albert Einstein publicou quatro artigos que subverteram os conceitos tradicionais da física, pelo desenvolvimento da teoria do efeito fotoeléctrico, que comprovou a existência dos átomos pela actualização do conceito de fotão enquanto partícula de luz; e da teoria da relatividade restrita, que postulou uma relação completamente revolucionária entre espaço e tempo, demonstrando, igualmente, a relação de equivalência entre massa e energia, enunciada na famosa equação E=mc2 (energia = massa x velocidade da luz2) (cf. FCG, 2005). Como disse ao NEF o Professor Doutor João Caraça, Director do Serviço de Ciência da FCG, na entrevista concedida, o principal objectivo desta exposição foi mostrar como a física moderna contribuiu para que a humanidade tenha vindo a aprofundar o seu conhecimento sobre os mistérios da vida, da anatomia humana e do Universo, e a aprimorar técnicas que nos permitem, enquanto animais biológicos, sobreviver neste planeta, inventando dispositivos tecnológicos, hoje, indispensáveis à vida quotidiana do cidadão comum- o computador, a televisão, o telemóvel, o CD, o microondas, ...
De facto, um dos pontos da exposição que mais curiosidade despertou nos visitantes foi uma série de placards descritivos da vida quotidiana de um jovem casal português‑tipo- Pedro e Sofia-, sustentada no uso de diversos aparelhos tecnológicos possibilitados pelo desenvolvimento da física moderna. Placards cosmologicamente emoldurados pela questão retórica- "Onde está a física?"-, que encontra resposta numa profusa enumeração de várias áreas da vida social actual e do saber humanos- telecomunicações, segurança, saúde, transportes, refrigeração, fotografia, cultura, etc.
Thierry Mugler
Segundo o Director do Serviço de Ciência da FCG, a exposição serviu para “celebrar os aspectos positivos do conhecimento. Os seus aspectos mais negativos deixamo-los à reflexão dos visitantes”. No final da exposição, referiu, havia um ecrã onde surgiam citações de cientistas e pensadores de renome, das quais se poderia inferir que o conhecimento permite invenções muito benéficas para a humanidade, mas também outras bastante nocivas, ameaçadoras, como a bomba atómica. “Todos temos de nos consciencializar da nossa responsabilidade social individual e colectiva” e qualquer sociedade evoluída aposta na ciência como móbil primordial de desenvolvimento, afirmou. Em seguida, postulou que “todos os totalitarismos funcionam impondo o medo e a ignorância. A luta pela emancipação é sempre feita pelo conhecimento”.
O NEF quis auscultar um pouco o público que afluiu ao evento. Com esse intuito, registou a opinião do Dr. António Mello e Castro (AMC), que caracterizou este evento como muito apelativo, estando o espaço muito bem aproveitado, e a intenção pedagógica de cativar um público leigo por uma dinâmica de interactividade com os mecanismos expostos muito bem conseguida. Por tudo isso, segundo AMC, esta exposição deveria ser alvo de uma digressão pelo país em prol do seu desenvolvimento. Acrescenta que este evento se afirma como uma força de atrito perante a esteticização que modela a existência dos jovens de hoje, embora estes também estejam muito ligados à tecnologia. Na opinião de AMC, constitui uma via privilegiada de alertar a sociedade para o facto de não ser o progresso, mas o uso despótico desse desenvolvimento, o responsável por fenómenos como a bomba atómica. Isto, como defendeu, apesar dos intelectuais, por vezes, contrariarem a sua eficácia nos métodos pela invenção de mecanismos autodestrutivos, como foi o caso da bomba atómica.
Vivienne Westwood
No livro dedicado aos comentários dos visitantes, liam-se desde comentários como “uma exposição demasiado interessante para não ser divulgada. Parabéns pela excelente ideia” a “a very rewarding exhibition. Congratulations! E=mc2”.
Texto: Isabel Metello ©
Imagem de Einstein: cortesia Clementina Cabral
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