cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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terça-feira, setembro 11, 2007

Vaca Galo... a afirmação tem a sua lógica


António Manuel Pinto da Silva ©
(Fonte: http://olhares.aeiou.pt/postal_de_espanha/foto548947.html)


IAM: Minha cara amiga, eu também odeio touradas- por mais que estejam na moda e sejam consideradas cada vez mais chic, eu sou muito africana, ponho a natureza em pé de igualdade com a minha existência. Se num passeio choco com um pombo, por que é que tem de ser o pombo a desviar-se? Terei eu mais direitos do que esta ave columbana? Mas sabe, certa vez, conheci por acaso um toureiro português que me fascinou e deveras me surpreendeu, um verdadeiro gentleman, uma pessoa com uma cultura erudita e humana vastíssimas, um verdadeiro cosmopolita e um homem charmosíssimo, que me explicou que, de facto, vale mais o animal ser logo morto na arena do que ir parar aos estábulos onde morre a agonizar, tantas vezes com infecções. Também me disse que, se não fossem as touradas, o touro extinguir-se-ia! E que todos os toureiros adoram os touros e que os touros adoram sentir aquela adrenalina toda!
Este senhor tem uma certa razão quando diz que seria melhor dar o golpe de misericórdia ao pobre animal! Mesmo assim, não compreendo qual o prazer de ver alguém a espetar ferros em animais, seja para os ferir, seja para os matar. É algo que transcende a minha compreensão! E por mais que me expliquem, mantenho-me na minha: quando alguém tem prazer em ver algum ser a sofrer, ponho-me a milhas!

Olhe, mas esta tradição está tão impregnada nete povo que, quando foi da descolonização, houve alguém que sugeriu meterem-se todos os retornados (homens, mulheres e crianças) no Campo Pequeno e fuzilá-los. Seria a chamada "Solução Final" à portuguesa. Já estou a ver o indivíduo que proferiu tal alarvidade a dizer" eu odeio matar retornados, mas o que é que eu hei-de fazer se lhes deu para virem para aqui, logo para Portugal? Por que é que eles não morreram todos nas ex-colónias com paludismo, com uma picada de uma surucucu, com uma bazuka, nalgum massacre perpretado pelos turras, com uma bomba vulcânica vinda de Lanzarote directamente para a África Austral, sei lá, com um tsunami? E calha-me logo a mim ter de arranjar uma solução para estes chatos inconvenientes! Eu que até vinha aqui a passar por acaso e juntei-me à populaça sem refreio. Adoro movimentações sem refreio, sobe-me a adrenalina, pá, empola-me a carótida, pá! "

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