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...baseado na obra de Kathryn Stockett, a película The Help descreve-nos a sociedade racista e desumana dos estados sulistas norte-americanos- neste caso do Mississipi, núcleo dos KKK. O plot desentrola-se em Jackson nos anos 60 (1962-1964), quando emergiu o Movimento Americano dos Direitos Civis e Martin Luther King se afirmou como seu legítimo líder... sociedade dominada pelo medo onde o KKK tinha um poder arrasador caucionado por Leis racistas imorais que caracterizavam os negros como os nazis o
faziam- uma "raça" menor, herdeira da escravidão, seres humanos que eram encarados como mera propriedade e serviçais...as empregadas das falsas senhoras beatas sistémicas devotadas mais à caça de marido, às vestes e ao dolce far niente eram, de facto, as Mães de Filhos negligenciados
, maltratados,
desprezados, trocados, por chás de caridadezinha apócrifa, despejados no Colo de outrem...a lei do medo vigiava uma sociedade discriminatória que até conduzia certas boas pessoas a terem de obedecer aos seus parâmetros, face ao status quo despótico obsceno, ainda que estas últimas mantivessem fortes laços afectivos com os empregados...
mas, eis que surge Skeeper, uma aspirante a jornalista e escritora que tb tinha tido como Colo uma Mãe Negra, que perdera, que se distinguia por não almejar para si o futuro e o presente que as suas amigas de infância copiavam das vidas desvitalizadas das Mães, com uma naturalidade amorfa...e, aí, começa a revolta, pela palavra...como diria uma das protagonistas no final, depois de ser despedida da casa de uma amiga de uma racista psicopata :) "hoje, sinto-me livre, o meu Filho sempre me disse que um dos da nossa família seria escritor e esse alguém sou eu..."
...retive tb outra frase emblemática da Mãe de Skeeper, quando caiu em si e lhe mostrou o seu orgulho depois da publicação do livro :) "se calhar a Coragem salta sempre uma geração..."...mas o que me fascinou no filme é que este ultrapassa o cliché da abordagem dicotómica entre dois pólos étnicos completamente separados, pois revela
Laços Afectivos Indestrutíveis que resultam na tal Elevação do Espírito e na Sede de Justiça, custe o que custar, porque há momentos na Vida em que esta deve
ser dada por Causas Nobres, caso contrário, não o é de todo......até no que concerne a estereótipos este filme desmonta alguns, nomeadamente pela personagem de braço dado com Minny, ostracizada não pela cor da pele, mas por não se integrar em redes hipócritas de meninas vazias e pérfidas na sua futilidade criminosa, uma pessoa pura e bem formada que cria com Minny uma Amizade Autêntica...
...de referir, tb, a presença no elenco de Sissy Spacek, sim, a do Carrie de Brian de Palma, aqui representando o arquétipo de in vino veritas, no papel de Mãe assistémica da falsa beata psicopata sistémica, Mãe cuja demência é muito mais lúcida do que a da sua demencial Filha, que delira com certas cenas hilariantes que expõem o seu podre rebento, de forma justa, ao ridículo...
...aqui, tudo se reverte :) quem é dada como sã em termos sistémicos é completamente demente em termos Éticos, quem é dada como vítima é a agressora, quem é dada como ladra é apenas uma Grande Alma que quer enviar os Filhos para a Universidade, quem é dada como tatã é uma Grande Mulher...e não terá sido, não é e não será sempre assim? I do suppose so......e o que é mais engraçado é que é, acima de tudo, um filme de género- o feminino, pois os homens só aparecem quase como figurantes (apesar de eu não ser feminista no sentido original do termo, muito pelo contrário...:)- mas aqui faz todo o sentido, pois é um filme, essencialmente, sobre Laços Afectivos Maternais , sobre oVerdadeiro Colo Materno, que se distingue dos simulacros...
PP :) eu, que tb tive Colos Negros (dos dois géneros...Avé!:), concomitantes dos das Minhas Avó e Mãe, não identifiquei ali nada do que se passava no Moçambique que vivi...nunca vi uma sociedade segregacionista naquela Pérola do Índico- poderia haver casos de gente má, como em todo lado (acho que nunca vi mais racismo do que aqui em Portugal...:)- a minha memória guarda-me um Moçambique cosmopolita, intercultural (resultado do cruzamento de 4 civilizações, uma delas- a Africana- com tantas nações...:) e justo...frequentávamos todos a mesma escola, brincávamos todos no mesmo parque, todos frequentavam as mesmas praias, os mesmos cafés,...
estavam Negros, Indianos, Chineses, Portugueses, Rodesianos, Sul-africanos (Moçambique era, na altura, uma paragem turística de eleição para estes últimos...:)...na África do Sul sim, até os meus Pais se chocavam com a distinção de casas-de-banho públicas para negros e outras para brancos...em Moçambique, jamé (do Lino...:)...será que os tugas e os cooperantes redish meio alucinados que ainda vêm com a conversa facciosa da escravatura e da discriminação e patati patatá patatá patati não estão antes a referir-se aos estados sulistas dos EUA, onde "cães brancos" eram, desde pequeninos, espancados a mando dos seus donos, por vagabundos negros, em troca de dinheiro, para se tornarem máquinas assassinas de negros???...deve ser isso...ou então àqueles países Africanos onde, hoje, há Crianças e Adultos escravos e dos quais, convenientemente, se esquecem... 
...e o mais irónico é que, enquanto os EUA evoluíram muito neste aspecto, sendo, hoje, os Negros cidadãos de plenos Direitos, em África, onde já os tinham, hoje, são, na sua grande maioria, escravos e vítimas de atrocidades por parte dos da sua própria etnia (por exemplo, no Ruanda, no Zimbabwe...:),
regredindo a tempos hediondos, senão piores e os EUA de Obama observam sem intervir...que congruência, Meu Deus! deve ser a mesma lógica de índole stalinista (irónico, não é???:) que dita que
a morte de 10 norte-americanos é uma tragédia e a de milhões de Africanos em genocídios é uma mera e incómoda estatística...enfim, mais do mesmo...
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