cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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sábado, outubro 29, 2011

:) Parabéns ao meu Pai! :)

...hoje, o meu Pai faz 83 anos- parabéns, Papá!...

Universidade Católica, 2006

Moçambique,  cerca de 1966-1967

Moçambique, Mambone, cerca de 1971

PP :) obrigada, Papá, por me teres ensinado a distinção entre Humildade (Uma Qualidade só partilhada por quem Carácter detém...:) e subserviência (uma deficiência de carácter, própria de vis naturezas...:) e a "dar um murro na mesa", mesmo quando estamos em situações mais delicadas e os outros nos julgam fracos, quando nem sabem que a fraqueza é sempre própria da cobardia e da vileza e não do seu contrário...é o que fazem pessoas de Carácter, como os embondeiros....

...dedico-te esta versão do Cântico Negro de José Régio que reciclei, Cuja Essência (a da Liberdade de Pensamento e da Acção:) tu sempre soubeste actualizar, mais do que por meras e apócrifas palavras, pela Acção, mesmo nos momentos mais inconvenientes no antes e no pós 25 e aí é que está um dos testes de algodão...:)

Vem, por aqui, dizem-me alguns agrilhoados, com olhos moles e baços,
Estendem-me os seus desfibrados braços, demasiado maduros e lassos,


De que seria bom que eu os seguisse,
Quando me tentam cativar com o fácil, mas enganoso, apelo do "vem por aqui!"


Eu vejo-os com os meus olhos camuflados e pardos,
(Há, nesses meus olhos disfarçados, luzes e desembaraços)
E encolho os ombros que, ao longe, parecem frágeis e cansados,
E face a face lhes digo: "jamais irei por aí ..."

A minha Matriz Paterna/Materna é esta:
Viver com Humanidade, Dignidade e Firmeza de Alma, Coluna e Coração!
Aceitar a solidão de quem não vende a Alma por parca companhia


Que eu vivo segundo os Princípios que herdei,
Com o Sol com que me Ensinaram a vislumbrar a realidade fora da caverna da vã e apócrifa e eufórica objectivante flácida entropia,


Não, jamais irei por ali! Só irei para onde a Luz me Encaminhar
Para onde a minha Consciência, lucidamente, me levar...

Se o que procuro saber em nenhum reflexo da lamacenta matéria encontrarei...
Por que insistem em afirmar que na condicionada caverna a Luz vislumbrarei?





 
Prefiro lembrar-me do meu Berço de Brilhante Marfim Esculpido,
Caminhar sob comuns olhares tão banais quanto escarnecedores,
Como quem cuida da sua luz interior, sangrar meu coração muito vivo, embora dorido,
A enveredar pela venalidade do ali...


Se Deus Quis que os Pais me pusessem neste mundano mundo,
E pela Sublime Via Sacra conhecê-lo a fundo,
Foi para respeitar os desenhos Divinos delineados na Areia do Mar Revolto e Profundo!
O mais penso e faço mais do que grão de pó não será...


Mas, não sereis vós, embevecidos e cegos pelos reflexos da luz nas paredes bolorentas da esquálida caverna,
Que me ensinareis a distinguir a luz artificial da Essencial e Eterna,
E mesmo que obstáculos imensos me ponhais frente à face da máscara despojada ...
Corre, no vosso circuito enferrujado, sangue negro da barbaridade,
Acima de tudo, vós amais a preguiça moral, a facilidade de brio mascarada!

Eu amo os Inexoráveis Caminhos do Supremo e da Sublimação,
Amo O Topo da Montanha e não o torpe chão, abomino as correntes que me impedem de alcançar A Divina Libertação...

 
Ide! Tendes vácuos e efémeros objectos e ânsias,
Tendes negros apetites, tendes desmedidas ambições,
Tendes básicos instintos, tendes negras emoções,

E tendes regras imorais e fáceis e feitas verdades, quantos falsos filósofos e sábios...
 

Eu tenho a minha Fé que me sustenta a postura!
Levanto-a, como um holofote que me ilumina a noite escura,
E sinto frescura, pureza e verdade no coração e nos lábios...
Só Deus e jamais o Diabo me Guia, nada das trevas algum dia me cativaria.
Lembrai-vos que a todos nos é dada a oportunidade de evolução,
E eu não quero descer a subir e cair na lama do desvitalizante rés-do-chão,
Pois creio na subida pelo Amor Sublime e abomino a descida pelo instinto infame.



Ah, que ninguém me aborreça com a sua maçã lustrosa, mas podre, pelos vermes corroída!
Ninguém me peça para lhe vislumbrar divina cor e na lamacenta descida luminosa subida!
Ninguém me diga: desfruta deste soberbo pagão e vulgar sabor!
A minha vida é uma tempestade tropical a cujo torrencial vendaval sucede um Sol Luminoso,
É uma onda que, salgada, me faz renegar o mal e encarar o Bem como um tesouro precioso,
É um átomo da Flor da Vida que se tenta neste mundano mundo aprimorar...
 
Ainda não sei quem sou,
Ainda não sei para onde vou
Só sei que nunca irei por aí!


Adaptação de Isabel Metello © do Cântico Negro de José Régio  

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