...sempre parti o côco a rir com o humor subversivo de Woody Allen, nem vos digo o filme que mais me fez ir às lágrimas (só revelo que uma das personagens era representada pela Sharon Stone e a acção decorria numa aldeia mexicana... :)))...neste Midnight in Paris, o protagonista quase parecia o próprio WA, com aquele discurso titubeante psicanalítico-brainstórmico de alguém que parece estar constantemente numa consulta, deambulando pelas suas constantes inconstâncias...não posso dizer que seja um grande filme, mas só a (re)visão de uma das cidades de que mais gosto- respira-se Arte e Poesia em Paris...- e a ideia de uma viagem para o Tempo de Ouro Primordial de cada um e a conclusão de que essa ilusão nos faz perder a Poesia do Presente que terá, um dia, o mesmo Valor Simbólico Pacificador para alguém, está genial...e o encontro com Hemingway e Dalí é, simplesmente, de morte! até porque adorei uma deixa do primeiro que diz, mais ou menos isto :) "um bom escritor só o poderá ser se escrever com autenticidade, com sangue, com a Coragem de alguém que está no campo de batalha e morre de pé, com Dignidade, ainda que rodeado de lama..."; a deixa de Dalí já me levou à gargalhada, principalmente por causa da obsessão pelos rinocerontes que, como qualquer pessoa meramente informada sabe, vão sempre et toujours en face...claro que, na perspectiva daliniana, teriam outra interpretação mais surrealista, i.e, psicanalítica...
...e, depois, a crítica ao pseudo-intelectualismo (+seudo-intelectualismo??? credo! pseudo-intelectualidade... :))) e ao cliché do materialismo pragmático norte-americano que o venera está demais! lembrou-me uma cena, muito similar àquela anedota do Americano que desejaria comprar a Vénus de Milo, mas achava-lhe um grande defeito o facto de não ter os braços- quando estava no Pavilhão Japonês do British Museum, a nossa guia, uma Senhora de naturalidade Moçambicana, de origem Indiana e que tinha vivido na África do Sul, detentora de uma admirável sabedoria sobre civilizações orientais ia tendo um treco quando, ao explicar que os samurais utilizavam uns certos espelhos nas batalhas, uma norte-americana enorme (aprecia o Big Foot loiro e vdersão feminino-masculina :))), com uma camisa cor-de-rosa Ralph Lauren lhe perguntou se eles tb não os usariam para confundir o inimigo :)))...bem, a guia lá engoliu em sêco e se conformou e passámos à Arte Japonesa Contemporânea e estava lá uma peça lindíssima de um designer muito conhecido, que utiliza uma técnica que imprime nas suas obras a simulação de estarem retalhadas, resultado que a guia explicou ser muito difícil de se conseguir alcançar, ao que a norte-americana replicou :) " que horror, parece que está tudo partido! eu nem na minha cozinha as quereria, mandava tudo para o lixo...":)))...juro que pensei que a guia ia aplicar-lhe um golpe de alguma arte marcial :)))...mas voltando ao filme, creio que uma das mensagens mais profundas é a de que ninguém pode ser feliz com alguém quando não partilha O Essencial, quando o único gosto em comum é o naan Indiano, garlic ou não, quando o outro nos está sempre e constantemente a querer moldar pelos seus parâmetros, a criticar os nossos projectos, a deitar-nos abaixo, não detendo alguma admiração por nós...continuar numa relação desse tipo pensando que resulta é uma grande ilusão que se paga muito cara...
PP :) só para gritar :) "Paris, je t´aime à la folie!"...
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