...cada vez, estou mais snob e não, não é por manias que tenham a ver com características exteriores e formais (sempre abominei a lógica dos "meninos da linha", hoje, prolongadas não só pelos outrora adolescentes da minha geração que se achavam o tráximo, actualizando a mesma matriz desvitalizante, ainda que um pouco mais sofisticada pelo passar dos anos, mas nula "na mesma como a lesma", como pelos outrora out que incorporam o mesmo m.o. que tanto os excluiu- nunca compreendi como alguém poderia não falar com outrem no liceu porque não tinha uns ténis de marca ou as roupas adequadas ou frequentava os locais in ...tb sempre considerei abjectas situações em que os já adultos de licenciatura passada e bons empregos no papo passavam por colegas de escola/liceu ou amigos de infância e adolescência que consideravam não deter o mesmo estatuto, como se pertencessem a uma casta especial (se pensar bem, os piores até
eram os anteriores out, que até vergonha dos Pais tinham, por lhes estragarem as aparências...:))...e, depois, dizia para mim própria :) "Alô, Isabelita (como me chama a Ferro Velho :)), estás na Metrópole e não em Moçambique, onde num café poderiam estar, na mesma mesa, em amena e alegre cavaqueira, ao sabor de uma Laurentina, pessoas de várias etnias e profissões tão díspares como médicos (os únicos a usarem o título de "doutor" :), mecânicos, carpinteiros, engenheiros e professores a tratarem-se por tu, na maior das tertúlias...
...back to earth, deparei-me com situações que considerei sempre cruéis e aberrantes perante outros que nunca, jamais, em tempo algum discriminaria (mas por que haveria eu de o fazer? eu própria, ainda que Filha de Gente com um nível socioeconómico elevado em Moçambique, que aí apostara todo o fruto do seu trabalho, posto em prática com um Autêntico Amor pelas populações que os adoravam por onde passavam, sabia o que era ver os meus Pais começar do 0 a todos os níveis e eu ter de me habituar a um novo modo de vida e ambiente que me eram estranhos e, de certa forma, hostis, pois o choque cultural esteve sempre presente...
...em Moçambique, no mato onde cresci e, no último ano, na Beira, crianças negras, mestiças, brancas e indianas brincavam todas descalças sobre a mesma terra vermelha, sem qualquer tipo de
discriminação (depois do 25 de Abril, havia um miúdo negro que, quando fazia birras, nos ameaçava com a FRELIMO e lá nós lhe fazíamos todas as vontades, para não vermos os homens de metralhadora em punho que, certa vez, puseram uma bomba no prédio onde vivíamos, onde tínhamos um parque enorme com um labirinto, baloiços enormes, campo de basket e outros espaços lúdicos acessíveis a todos, independentemente da etnia, a par de uma carcaça de um táxi...o porteiro, homem corpulento e respeitado até pela FRELIMO, avisara-nos para não puxarmos os fios que estavam dentro do mesmo e, claro, puxámo-los todos, pensando que uma bomba seria como um fogo de artifício- o que vale é que o dito explosivo foi detectado na lixeira do condomínio, que não fechado nem de luxo...
...gostei e sempre fiz questão de sempre ficar do lado dos mais frágeis (nem que levasse uma tareia...:), nunca permiti que alguém fosse humilhado à minha frente sem reagir, nunca compreendi a maldade gratuita e a acefalia......aliás, até porque sempre fui alvo de gozo por não me enquadrar em certos estereótipos (tipo nerd :)))...sempre compreendi a letra daquela música do Ney Matogrosso :) "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...", i.e., há rótulos que se nos colam que, por mais que façamos, não são desconstruídos...
...hoje, com 43 anos, mantenho o mesmo m.o. e assumo-me como uma convicta snob relativamente ao carácter, que implica um requisito essencial- um elevado sentido de Ética que, detectado como inexistente ou deficiente, resulta num total afastamento da minha parte perante seres que sobrepõem os seus interesses a direitos inalienáveis de outrem, seja este quem for, nem que seja o meu pior (melhor :) inimigo e tenha a forma que tiver, mesmo que depois me morda a mão...noblesse l´oblige..."as más acções e as más palavras ficam com quem as pratica" e verbaliza e a máxima "fazer o Bem sem olhar a quem" acompanhar-me-á até à tumba, o que não implica passividade perante o mal, até porque a cobardia nunca fez parte da minha lista de defeitos...
PP:) o anel mais lindo que recebi? foi um de plástico que guardo como relíquia, de um sem abrigo, já demente (???:), que mo quis oferecer porque a sobrinha do dono da loja onde eu estava a trabalhar na época de Natal, enquanto fazia a licenciatura, o tratara abaixo de cão e eu o defendi face ao acesso da menina(a meu ver, a autêntica demente... :), pondo-a na ordem...nunca mais me esqueci do seu Olhar Puro e do facto de o ter roubado para mo oferecer...
eram os anteriores out, que até vergonha dos Pais tinham, por lhes estragarem as aparências...:))...e, depois, dizia para mim própria :) "Alô, Isabelita (como me chama a Ferro Velho :)), estás na Metrópole e não em Moçambique, onde num café poderiam estar, na mesma mesa, em amena e alegre cavaqueira, ao sabor de uma Laurentina, pessoas de várias etnias e profissões tão díspares como médicos (os únicos a usarem o título de "doutor" :), mecânicos, carpinteiros, engenheiros e professores a tratarem-se por tu, na maior das tertúlias...
...em Moçambique, no mato onde cresci e, no último ano, na Beira, crianças negras, mestiças, brancas e indianas brincavam todas descalças sobre a mesma terra vermelha, sem qualquer tipo de
discriminação (depois do 25 de Abril, havia um miúdo negro que, quando fazia birras, nos ameaçava com a FRELIMO e lá nós lhe fazíamos todas as vontades, para não vermos os homens de metralhadora em punho que, certa vez, puseram uma bomba no prédio onde vivíamos, onde tínhamos um parque enorme com um labirinto, baloiços enormes, campo de basket e outros espaços lúdicos acessíveis a todos, independentemente da etnia, a par de uma carcaça de um táxi...o porteiro, homem corpulento e respeitado até pela FRELIMO, avisara-nos para não puxarmos os fios que estavam dentro do mesmo e, claro, puxámo-los todos, pensando que uma bomba seria como um fogo de artifício- o que vale é que o dito explosivo foi detectado na lixeira do condomínio, que não fechado nem de luxo...
...gostei e sempre fiz questão de sempre ficar do lado dos mais frágeis (nem que levasse uma tareia...:), nunca permiti que alguém fosse humilhado à minha frente sem reagir, nunca compreendi a maldade gratuita e a acefalia......aliás, até porque sempre fui alvo de gozo por não me enquadrar em certos estereótipos (tipo nerd :)))...sempre compreendi a letra daquela música do Ney Matogrosso :) "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...", i.e., há rótulos que se nos colam que, por mais que façamos, não são desconstruídos...
...hoje, com 43 anos, mantenho o mesmo m.o. e assumo-me como uma convicta snob relativamente ao carácter, que implica um requisito essencial- um elevado sentido de Ética que, detectado como inexistente ou deficiente, resulta num total afastamento da minha parte perante seres que sobrepõem os seus interesses a direitos inalienáveis de outrem, seja este quem for, nem que seja o meu pior (melhor :) inimigo e tenha a forma que tiver, mesmo que depois me morda a mão...noblesse l´oblige..."as más acções e as más palavras ficam com quem as pratica" e verbaliza e a máxima "fazer o Bem sem olhar a quem" acompanhar-me-á até à tumba, o que não implica passividade perante o mal, até porque a cobardia nunca fez parte da minha lista de defeitos...
PP:) o anel mais lindo que recebi? foi um de plástico que guardo como relíquia, de um sem abrigo, já demente (???:), que mo quis oferecer porque a sobrinha do dono da loja onde eu estava a trabalhar na época de Natal, enquanto fazia a licenciatura, o tratara abaixo de cão e eu o defendi face ao acesso da menina(a meu ver, a autêntica demente... :), pondo-a na ordem...nunca mais me esqueci do seu Olhar Puro e do facto de o ter roubado para mo oferecer...
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