...da Tunísia ao Egipto os radicais islâmicos afirmam-se como paradigma e não vão ser brandos...infelizmente, as justas frustrações e protestos de povos sugados até à medula por elites autocráticas (tantas vezes, suportadas, estrategicamente, por regimes ocidentais e soviéticos/ russos antes e pós Guerra Fria.. :) são, sempre, usados como catalisadores de um ódio patológico ao Ocidente...é uma simples e táctica transferência de sentimentos destrutivos, desviando a responsabilização para algo exterior, simplificadamente, tipificado- o Infiel (poder-se-á argumentar que o Ocidente tb o faz ao estereotipificar a figura do islâmico terrorista desde o 11 de Setembro... ok, é justo, mas a diferença é que não estou a ver ocidentais individualistas a rebentarem-se para rebentarem em nome de um teocentrismo fanático...nada de novo na costa...aquele vídeo da criancinha que sabia todas as capitais do Mundo Muçulmano (creio que só disse uma ocidental- a do Canadá :) é bem explícito (há pessoas que lhe acharam um piadão, eu, simplesmente, assisti a uma criança tão pequenina a expor a sua lavagem ao cérebro perante uma voz algo agressiva do adulto que a monitorizava, ao mesmo tempo que lhe dava a recompensa em forma de Cheetos, como se faz a um cãozito ou a um macaquito quando ele demonstra saber fazer as acrobacias que lhe são ensinadas ...:)
...e, depois, há a questão de uma Lição de Vida micro que, creio, se poderá aplicar a um contexto macro :) por mais pacíficos que sejamos, por vezes, a única forma de deter a barbárie é usando não a sua violência, mas com ela comunicando num código que lhe seja perceptível, senão choques culturais podem dar azo a que, em vez de se resolverem problemas complicados, estes cresçam quais bolas de neve a rolar por uma escarpa plena de gelo cortante até explodirem em banhos de sangue...acautelemo-nos, pois o que o Ocidente chama de tolerância (palavra mais horrível! :) cívica pode ser vista como medo pelo Outro...e o medo cheira-se e quanto mais as emoções negativas modelarem um ser (des)humano, mais os seus instintos o percepcionam, catalisando essa maléfica transferência auto e hetero destrutiva sem limites...
Rima Fakih, Miss America, 2010
...é tão irónico!- o egoísmo atroz de alguns patrocinou e patrocina o luxo ostentatório de muito poucos, alimentando-se todos da miséria de tantos, cuja ignorância é manipulada por outros uns, que não deixam de viver no luxo, para aniquilarem outros que viviam mediana e tranquilamente, assobiando para o ar, julgando que poderiam lavar a consciência a fazer caridadezinha online ou via ATM e a mostrar condescendência paternalista pela tarântula que lhes tinha entrado pela chaminé, dada a sua ignorância e ausência de capacidade para se descentrarem e entenderem que estavam a lidar com outro paradigma que não o seu......em Moçambique, havia um parasita que se introduzia na pele e só poderia ser travado com nitrato de prata- a filária- os enfermeiros observavam o seu percurso e queimavam-no no final, caso contrário, poderia levar à cegueira do paciente...
...e, depois, há a questão de uma Lição de Vida micro que, creio, se poderá aplicar a um contexto macro :) por mais pacíficos que sejamos, por vezes, a única forma de deter a barbárie é usando não a sua violência, mas com ela comunicando num código que lhe seja perceptível, senão choques culturais podem dar azo a que, em vez de se resolverem problemas complicados, estes cresçam quais bolas de neve a rolar por uma escarpa plena de gelo cortante até explodirem em banhos de sangue...acautelemo-nos, pois o que o Ocidente chama de tolerância (palavra mais horrível! :) cívica pode ser vista como medo pelo Outro...e o medo cheira-se e quanto mais as emoções negativas modelarem um ser (des)humano, mais os seus instintos o percepcionam, catalisando essa maléfica transferência auto e hetero destrutiva sem limites...
...até porque, nestes contextos, como em muitos outros pretéritos e presentes, a Fé e o Verbo Divino São deturpados e manipulados como meios para se atingir fins não muito benéficos e elevados (é o ressurgimento da lógica das cruzadas e das indulgências, mas do outro lado e com o recurso aos meios bélicos actuais ou a vias auto e hetero destrutivas com o seu quê de irónico, pois detentoras de uma simbologia fortíssima que não só reforça a mensagem da supremacia inigualável da Fé (deturpada, mas não deixa de o ser :) sobre a força racionalista, como desconstrói esta última expondo o núcleo da sua fraqueza endógena, encarada como força- o individualismo demasiado racionalista... :)... de.veras, veritatis, o Ocidente, os territórios ex-soviéticos e a China, hoje, ironicamente, confrontam-se com um monstro (balas e bombas humanas) que, em parte, criaram e que não se compadece com o dogma racionalista que construiu a modernidade e que ainda a modela, que deu lugar a revoluções mais ou menos vermelhas, muito pelo contrário- joga noutro tabuleiro onde não estou a ver o individualismo da Couve de Bruxelas a saber antever as jogadas...
Rima Fakih, Miss America, 2010
...isto não está assim tão longe nem em termos temporais nem espaciais como possamos pensar...
...é que há uma clara distinção entre assimilação, que implica a imposição de uma postura autocentrada, etnocêntrica, e a convivência pacífica intercultural, que assenta numa salutar capacidade de descentração e de respeito pelo Outro, que passa tb pelo respeito por si...para além de que permitir ou branquear, de forma paternalista (o pior dos racismos! :), barbaridades é tudo menos pacifismo...
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