...mais do que os resultados, esta campanha presidencial demonstrou o quão outdated estão as quantidades industriais de outdoors, flyers e afins como suportes autopromocionais e o quão in e eficaz é, cada vez mais, o marketing viral via redes sociais (Facebook, blogs de opinion leaders e makers, de desconhecidos e até de anónimos, entre outros... :)...numa época de crise, nada como apostar em suportes actualizados a custo 0 ou muito inferior aos balúrdios...até por uma questão de ética, face ao descalabro vivenciado a nível nacional, e ecológica, perante as quantidades industriais de papel gasto (já para não falar dos gifts em plástico :), essa deveria ter sido uma tendência mais reforçada nesta campanha presidencial...tendência que novas tempestades actualizam e a que ninguém poderá fugir, a não ser que queira continuar a "enfiar a cabeça na areia" e a querer impor paradigmas já ultrapassados...
...não esquecer que o mar é constituído por minúsculas gotas de água salina :) "Entre tudo e nada: alguma coisa"...
Frank Sourbier Paris Haute Couture Fashion Week backstage
...a emergência de uma maior criatividade em tempos de crise micro ou macro nada tem de invulgar ou inóspita- o ser humano detém a capacidade de reforçar a sua capacidade de inovação em momentos mais críticos.... até porque julgo que a facilidade não é, de todo, um catalisador nem de criatividade nem de excelência...a facilidade é um sedativo da capacidade criativa, que está, sempre, muito associada à ruptura perante cosmos estagnados e/ou domesticados (sistémicos, enfim...:)...a dificuldade estimula e reforça, sempre, "o engenho e" a "arte"...
...ficou, tb, provado que os portugueses, seguindo as grandes tendências trendy (adoro pleunasmos il y a des foix que...! :) globais, ainda que contrariando seculares matrizes, estão, cada vez mais, avessos à formalidade das retórica e pragmática políticas e muito mais propensos à associação entre performance pública e descontracção, quando não mesmo, entretenimento, assim como ao carácter subliminar da modelação (é a política espectáculo, quanto mais humorística melhor (caso do Wooden Bunny :), mas, desta feita, muito mais personalizada, facto demonstrado pelos milhares de voluntários que auxiliaram várias candidaturas e pela maior informalidade de discurso e de acção demonstrada, ainda que, nalguns casos, descontextualizada porque não natural, como no caso de figuras públicas como a de Cavaco Bushes, nomeadamente, quando do contacto com as populações...
Michael Michalsky for DHL...o que faz o sucesso de candidatos como Noble Fernando já tem a ver com outra característica :) o carisma, associado a um patente humanismo, a uma simplicidade que só quem detém verdadeira classe a pode mostrar...interessante, pois num país, secularmente, afoito às aparências e à actualização do conto queirosiano A Civilização, normalmente, associa-se classe a ostentação (e não confundir ostentação com vivacidade, pleaaase :), quando são dois pólos opostos...
...quem tem classe (e atenzione, este traço distintivo nada tem a ver com a conta bancária nem com as raízes sócio-culturais- há muito bons berços humildes que detêm uma classe natural, assim como há o seu contrário- é na essência da Alma que ela está inscrita :) pode envergar um fato ou um vestido em serapilheira que faz um vistaço, comparado com perus/peruas cromado(a)s; já quem não tem, nem vestido(a) dos pezitos ao cabelito com griffes de grito lá chega...quem tem tem, quem não tem já não lhe nasce nem se acrescenta com acessórios e plásticas (que não condeno, muito pelo contrário, já estou necessitada de alguma(s), acho até muito saudável, desde que a pretendida juventude artificial da pele seja acompanhada pela autêntica juventude da alma (nisso, aprecio a Lili Caneças- só a conhecendo via media, denoto nela essa frescura interior, uma elegância no estar e um nível cultural que põe muitos que a tentam ridicularizar a um cantito...:)... juventude de alma que é minada pela surucucuzice, vulgo, maldade, emanada pelos poros e pelo olhar, quando as persianas da fachada não estão fechadas...atenzione, s´il vous plaît :) tenham muito cuidado quando o olhar de alguém não é congruente com um sorriso rasgado (quando é oposto então...:)...
...nós, seres humanos, não raro, pensamos já estar num patamar muito longínquo face ao uso de sentidos como o olfacto, enquanto mecanismos perceptivos do interlocutor, mas o facto é que aqueles se revelam fundamentais nessa tarefa- a maldade é exalada pela pele, cheira-se mesmo...já para não falar do radar da visão periférica que se revela determinante nessa identificação...:)
...de qualquer das formas, creio que a campanha mais humoristicamente inovadora, até pelos parcos recursos, foi a do Coelhudo (a auto-ironia, ainda que numa forma muito rudimentar, foi um catalisador muito eficiente :)
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