cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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sábado, novembro 17, 2007

SUV: Satíricos Unidos Vencerão




(Fonte Foto: Expresso online)



IAM: Ó Vaca Galo, minha amiguita bovina, não se preocupe, então este espaço não é autoflagelante? Pois, respeitemos a nossa filosofia editorial e autoflagelemo-nos. Sim, porque nós não andamos aqui só a reparar em cisco alheio, mas também a delirar com as nossas próprias maculazitas e com as dos nossos mais chegados! Isso é que é o mais divertido e educativo "de nós pa que nós", como diria a cara amiga abovinada!
Para além disso, nada tema- então não é a quiduxa que diz que eu viro leoparva quando invadem o meu território simbólico? Vamos lá, respeitemos a nossa filosofia editorial, nem que tenhamos de dar um tirito nos próprios pés! Olhe, arranje-os bem, pois quando uma mulher dá um tirito no próprio pé, deve-o ter, pelo menos, esteticizado!
Até porque não há moçambicana que se preze e que honre a cultura verdadeiramente cosmopolita em que viveu que, de vez em quando, não tenha o maior dos prazeres em dar um tirito nos seus membros inferiores! Sabe tão bem, desimpede a mente, já que nos pés estão situados os principais pontos nevrálgicos e como dizia Norman Mailer (1923-2007), jornalista e escritor que venceu duas vezes o Prémio Pulitzer, a profundidade humana necessária a uma séria incursão pela vida e por artes como a literatura só se ganha depois do ego ser desgastado e mais tarde recuperado, já metamorfoseado. Quem anda sempre a tentar arrumar a casa dos outros com ar de quem já adquiriu um estatuto que lhe permite fazer e dizer o que o seu pequenino ego lhe dita, esquece-se da bagunça que é muitas vezes o seu próprio lar e cai na maior pateguice possível- a banalidade. E, já estou como Salvador Dalí, esse verdadeiro génio, como a banalidade é entediante, especialmente aquela mascarada de genialidade, então, essa é de partir, é um autêntico sedativo! O que vale é que é só rir!



Mas, voltando à questão da emancipação vivencial, sabe, isto já é matriz de fabrico- sou neta de duas Senhoras mental e fisicamente Emancipadas- a minha Avó paterna, não se conformou com o mero papel de menina-bem bem casada- já nos anos 20 do séc. passado, era uma mulher com um curso e uma vida profissional independente, para além de ser uma Mãe maravilhosa para os seus seis filhos; a minha Avó materna, outra Mãe maravilhosa de 9 filhos, era a pessoa mais livre, mais pura e bonita que conheci- filha de uma família rica, menina-bem, desistiu de (quase) tudo para casar com o meu Avô, também ele um ser elevado e evoluído que sempre quis que as filhas tivessem a sua independência económica para serem livres de qualquer poder despótico masculino. O meu Avô fazia projectos arquitectónicos e era, by the way, republicano, era adorado pela população cigana- deixava-os sempre acampar, livremente, nas suas terras. Já o meu outro Avô, monárquico e de formação militar, era um Senhor, também, na pura acepção da palavra, um homem com uma dignidade admirável! E olhe que todos os meus Avós nasceram no séc.XIX!

Sou sobrinha de uma das mulheres mais inteligentes que conheço e que foi professora durante 50 e tal anos e sobrinha neta de uma das primeiras mulheres a tirar um curso superior em Coimbra.
E sou filha de uma Senhora lindíssima, uma verdadeira Miss (hei-de aqui postar uma foto da minha Mãe quando mais nova, uma autêntica arrasa-corações) que, acabando o seu curso em Portugal, foi sozinha para Moçambique- aí conheceu o meu pai, um homem que sempre teve muito poder, mas sempre foi de uma simplicidade e humanidade incríveis. Apaixonaram-se e estão casados até hoje! A minha Mãe, em Moçambique, apesar da situação social privilegiada que vivia, nunca deixou de dar aulas, chegando mesmo a leccionar o dia todo, pois no mato, aquilo que chamávamos lá à província, por vezes, não havia mais professores! Sempre foi uma Senhora que sabia aliar de forma magnífica a grande inteligência criativa que sempre deteve, o grande savoir faire et dire com uma simplicidade e humanidade tocantes!

Mas, voltando à questão da emancipação feminina: um grande viva à liberdade de expressão conjugal!!!!!!!!!! Um casal não é uma corporação, não é uma entidade colectiva nem detém uma personalidade desta índole, é uma união de dois indivíduos ideológica e vitalmente livres!
Invoquemos a sigla SUV: Satíricos Unidos Vencerão nem que seja contra um urbano camião!
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Norman Mailer, may your soul rest in peace and may you find in Heaven what you did not find on earth.


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