cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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sábado, novembro 24, 2007

A menina é mesmo uma venenolenta alucinogénia...

(em intercomunicação em directo e ao vivo com o blog: http://lavailama.blogspot.com/)

Salvador Dalí, O Sofá com Lábios de Mae West, 1938

Salvador Dalí, Mesa com Pernas de Pássaro, 1939

Salvador Dalí, Alfinete de Lábios de Rubi, 1949


Salvador Dalí, O Colosso de Rodes, 1954

IAM: Ó minha amiguita bovino-galinácea, eu logo vi, tinha de me arrastar para os seus discursos kamasútricos-maggy-revele-o-tintianos! Ouça lá, eu gosto muito de Salvador Dalí, mas as obras que mais aprecio não são propriamente essas- são, por exemplo:


(a) Pintura e ilustrações: Reminiscência Arqueológica do Angelus de Millet, 1933-35; O Momento Sublime, 1938; Galateia das Esferas, 1952; A Persistência da Memória, 1931; A Mulher Adormecida Invisível, Cavalo, Leão; O Rosto de Mae West (Utilizável como Apartamento Surrealista), 1934-35; Canibalismo Outonal, 1936; O Grande Paranóico, 1936; O Armário Antropomórfico, 1936; A Metamorfose de Narciso, 1936-37; A Girafa em Chamas, 1936-37; Cisnes Reflectindo Elefantes, 1937; Impressões de África, 1938; Aparição de Rosto e Fruteira numa Praia, 1938; O Mercado de Escravos com o Busto Desvanescente de Voltaire, 1940; Sonho Causado pelo Voo de uma Abelha à Volta de uma Romã um Segundo antes do Acordar, 1944; As Ovelhas, 1942; Cabeça de Helena Rubinstein Emergindo de um Penhasco Rochoso, 1942-43; A Tentação de Santo António, 1946; Retrato de Picasso, 1947; Nossa Senhora de Port Lligat, 1949; Cristo de São João da Cruz, 1951; A Desintegração da Persistência da Memória, 1954; O Colosso de Rodes, 1954; A Última Ceia, 1955; Natureza Ainda Não Morta, 1956; Santiago El Grande, 1957; A Descoberta da América por Cristóvão Colombo, 1958-59; Toureiro Alucinogénio, 1968-70; A Vaidade das Vaidades entre outras.


(b) Montagens: O Telefone-Lagosta

(c) Esculturas: Objecto Surrealista em Funcionamento Simbólico, 1932; Busto de Mulher Retrospectivo, 1933-70; Piano Surrealista, 1954; O Cinzeiro, 1959; Chama, 1964; O Cisne-Elefante, 1967; Espelho, 1967; A Flor de Dalí, 1967; O Sol Glorioso, 1967; Newton Sem Braços, 1968; Newton Dourado, 1968; Yang et Yin, 1968; O Homem Pássaro, 1968; A Máscara Funerária de Napoleão, 1970; Toureiro Alucinogénio, 1977; A Mulher em Chamas, 1980; A Mulher com a Cabeça de Rosas, 1981; O Armário Antropomórfico, 1982; Alice no País das Maravilhas, 1977-1984; Vénus Espacial, 1977-1984; Mulher Girafa, 1973; Caduceus, 1985.

(d) Móveis: O Sofá dos Lábios de Mae West, 1936; Cadeirão Leda, 1937; Candeeiro Bracelli, 1937; Mesa Leda, 1937; A Cadeira das Colheres, 1960-1974.

Logótipo da exposição Dalí Universe, na County Hall Gallery © , Londres, 2007

Saída da exposição Dalí Universe, na County Hall Gallery, Londres

Isabel Metello ©

Outdoor e edifício de moagem junto ao Palácio do Freixo, por Rui Oliveira


Outdoors promocionais da Exposição de Dalí no Porto, junto ao Palácio do Freixo, por Rui Oliveira


Aliás, tive o privilégio de ver algumas destas obras em duas exposições a que assisti este ano: The Dalí Universe em Londres, na County Hall Gallery, e Salvador Dalí, no Porto, no Palácio do Freixo. Confesso que, autoflagelâncias aparte, gostei muito mais da primeira, apesar de ter acalentado muito mais expectativas relativamente à segunda. Quanto ao magnífico Palácio do Freixo, este foi adquirido pela cadeia de Hotéis Pestana, que o está a recuperar (e por falar neste lindo monumento portuense, um grande abraço aos meus amigos portuenses Vitó e Toninho! Cá vos teremos sempre no coração!).

Com efeito, muitas são as empresas que estão a ser o grande móbil de recuperação de monumentos nacionais lindíssimos, que têm sido relegados a um quase abandono grosseiro. Obras de restauração garantidas pela lei do mecenato ou pela aquisição dos imóveis para fins hoteleiros. E ainda dizem que a iniciativa privada só pensa no lucro! E mesmo que pense, certamente que este tipo de relações win-win só trará benefícios ao país, em termos sócio-culturais e económicos! A cultura só terá a ganhar se a gestão se unir à criação!


Vivam os Joe Berardos e Pestanas deste país, que têm feito mais pela cultura portuguesa do que muitos que andam sempre com ela na boca, mas cuja inércia deixa monumentos como o Palácio de Cristal no Porto serem destruídos para serem substituídos por mamarrachos de gosto duvidoso como o Pavilhão Rosa Mota! Haja pachorra! Os ingleses encontram um calhau na praia ou na relva, mal pensem que poderá ser de alguma época remota, constroem uma vitrina e põe-no logo num museu ou rodeiam-no imediatamente de vedações e cobram entrada a cada visitante; nós temos verdadeiras obras de arte, quase a pontapé, e relegamo-las ao mais desprezível abandono, sujeitas ao vandalismo de mãos boçais, ignorantes ou a soldo de interesseiros!

Vejam lá que o Templo de Diana, em Évora, foi, em tempos idos, transformado num talho com matadouro incorporado, daí as duas fissuras que apresenta nas duas colunas frontais, feitas para ali ser colocada uma porta do estabelecimento comercial.

O dólmen, sito na mesma linda cidade, está completamente desprotegido, já estando graffitado, e alguns dos menires, relegados igualmente a um total desprezo, que estavam numa posição especial face ao Sol, foram mudados de sítio por algum "iluminado", ali convertidos ao estatuto de mera pedra, disponíveis para qualquer malfeitor os graffitar ou danificar! Agora, digam-me- num país com 12 estádios de futebol construídos especialmente para o euro 2004 e, cada vez, mais invadido por mamarrachos pseudo-pós-modernos novo-riquistas simplesmente pavorosos, como é que se deixam apodrecer monumentos tão belos?

Em cidades como Londres, preservam-se os edifícios antigos e o património histórico merece uma atenção particular dos governantes, já, noutras como Lisboa, sucedem-se, em catadupa, verdadeiros crimes patrimoniais, nomeadamente na Av. da Liberdade, onde se deixam apodrecer prédios lindíssimos para se construírem autênticas aberrações. Como diz o Professor José Gil, na sua obra- Portugal o Medo de Existir-, que a nossa repórter sencacionalisto-espectacularizante Vaca Galo traduz por - Portugal Hoje: O Medo de Implodir- esta medonha e paupérrima mentalidade novo-riquista centrada no curto prazo está-se a esquecer que somos um país cuja economia depende em muito do turismo. Acreditam que algum turista venha a Lisboa ver edifícios como os caixotes que foram construídos depois de implodidos os belíssimos prédios antigos? É que já chega de azulejaria de casa-de-banho em Lisboa e na província, onde pululam, também, casas típicas dos Alpes suíços- qualquer dia, em vez de cidades e vilas, o nosso Portugal converte-se num WC gigante ou num simulacro da terra da Heidi! E olhem que a última coisa que nos vai apetecer cantar será o: "O la ré pi pu pi pu! "

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