cuore busy nest

cuore busy nest : . "A ciência nada tem a ver com o inefável: ela tem de falar a vida se quiser transformá-la"Roland Barthes, 1958 (ed. 1997 : 183) : . "Os Céus Dispensam Luz e Influência sobre este mundo baixo, que reflecte os Raios Benditos, ainda que não Os possa recompensar. Assim, pode o homem regressar a Deus, mas não pode retribuir-Lhe" Coleridge (maiúsculas acrescentadas :)

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sexta-feira, outubro 22, 2010

:) o estado da nação em formato audiovisualizante :)



...ciência wikipédica resgatada à distância de um click ali do lado sobre a cobardia, essa maleita que destrói individualidades - neste aspecto, sou muito machista ainda - num homem, então, fica tão mal- é capaz de transformar um Apólo numa mera formiga, ali, numa fracção de meros segunditos apenas (manias!) :) "Não basta fugir, é necessário fugir-se para o lado mais conveniente"(Charles Ferdinand Ramuz); "Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em cobardes"A(braham Lincoln); "A cobardia é a mãe da crueldade"(Michel Eyquem de Montaigne) et alii...


Interessante, pois em amena conversa sobre este tópico com Amigos, demonstrei uma sensação que me acompanha, desde há uns tempitos...com 7 anos de idade, vim (não regressei, como tal , qualquer palavra iniciada com o prefixo de repetição não se me aplica :) com os meus Pais de Moçambique, num avião militar, escoltado no espaço aéreo angolano até ao aeroporto de Luanda, antes de reiniciar a sua rota até à então, ainda, Metrópole...quando descemos, os meus Pais, então com 3 filhas pequenas, nem sabiam qual iria ser o nosso destino - as armas da FRELIMO não lhes tinham proporcionado muita pacificação interior, apesar de nós como crianças já estarmos a estas habituados na vivência quotidiana (até na Escola tínhamos de cantar o hino do movimento :) ...nunca mais me esqueço do ambiente vivido em pleno voo...da cara de desespero e angústia dos adultos por um futuro incerto (sensação que revivi quando li a obra Os Os Retornados JM de Júlio Magalhães- a ponte aérea foi, de facto, uma experiência comum, quase um ritual de iniciação colectivo, que implicou um sofrimento atroz de gente que viu vidas inteiras, plenas de esforço, sacrifício e Amor por aquelas terras implodirem, para


se salvar e às suas famílias)... ao aterrarmos na Portela, o desespero intensificou-se, mas muitos continuaram, corajosa e dignamente, o percurso até refazerem as suas vidas- foi o caso dos meus Pais-; outros sucumbiram à dor, não menos corajosos ou dignos por isso, apenas mais frágeis (a fragilidade tem a ver com a sensibilidade, a fraqueza com incapacidades- não há maior fraqueza endémica que a maldade humana..:) não suportando a perda, acima de tudo, Afectiva..:) Esta experiência do recomeço do 0 ficou-me como matriz a vários níveis...E, hoje, estou-lhe profundamente grata pela humildade existencial que me fez desenvolver para poder encarar dificuldades como oportunidades de crescimento contínuo...


E revivo-a, agora, na tal sensação que me acompanha que me faz comparar os tempos que experienciamos com o ano de 1975 em Portugal...aos meus olhos infantis (os mais perspicazes, pois o filtro da vida modela-nos a pureza desse olhar radiográfico :) um clima caótico revelava-me um mundo novo velho que eu julgara, em vão, igual aos livros da Anita., inspirados em paisagens francófonas (ilusões...:)...clima muito discriminatório para com "os retornados" - os moçambicanos, de volante à direita, ainda se cumprimentavam na rua quando detectavam um "patrício", como se aquela breve buzinadela lhes restituísse um pouco da vivência por que as suas saudades clamavam em surdina, que aumentavam proporcionalmente ao contínuo choque cultural com uma mentalidade colectiva que já/nunca (não) reconheciam/reconheceram como sua (alguns até hoje :)...


Contexto que julgo, também, se repete, como num remake, na comparação do antes e pós 25 de Abril- de repente, muitos obedientes e até defensores e colaboradores do anterior regime algo huxleyniano (digo algo porque, apesar dos esforços, Graças ao Cosmos, muitos eram e são meros amadores, enunciadores de um provincianismo muito kitsch :) passaram a acérrimos e ardentes revolucionários, como se tivessem comprado um kit de sobrevivência no dia anterior; alguns autênticos resistentes ao regime anterior, por princípios e acções concretas num tempo que, deveras, doía, passaram a ser encarados como reaccionários, pois não ululavam em gritos histriónicos face a narrativas das quais já tinham perscrutado as consequências nefastas numa destrutiva queimada africana sem proporções cujas consequências duram até hoje (parte do sangue vertido, também, português, independentemente da cor da pele, está aqui...)...ora, mais uma coincidência :) ambas as figuras majestáticas (uma muito mais do que a outra, claro está que só é quem pode e não quem quer..:) são (Presente histórico :) da Beira (Alta e Baixa :) ...daí que estejamos todos à beira de um ataque de feltros...(olha, eu tb nasci na Beira, mas lá para o Índico...que saudades de águas transparentes! :)


Ora "este mundo às avessas" em que emergentes assistémicos de última hora, de repente, negam com toda a veemência o que no dia anterior propagavam aos altos berros, o que lhes caucionava a apócrifa bonomia existencial, é, de novo, experienciado numa nação onde "a não inscrição" giliana continua a caucionar uma irresponsabilidade colectiva que adora maquilhar verrugas que provêm da alma...enfim...muitos acérrimos socráticos passam, hoje, por milagre da Farinha Amparo, a detractores de um sistema que defendiam de forma apoteótica até os próprios protagonistas caírem do/em palco....e os cobardes batem em quem julgam destituído de poder; os brave men e women pugnam por princípios, ora e um deles é serem mais aguerridos quando menos jeito lhes dá...
Posto isto, os cobardes, em qualquer situação, são um óptimo barómetro para a perscrutar, pois um bom (?) cobarde não prescinde do conforto e, tal como as baratas algo kafkianas (A Metamorfose Franz Kafka
), tem umas parabólicas darwinistas especiais incorporadas para detectar onde o pode continuar a desfrutar...Eppur non se muove...

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