...hoje, experiencia-se a actualização da máxima sal e azarista :) "Beber um copo de vinho é dar de comer a um milhão de portugueses" um pouco au contraire :) os montantes exorbitantes, geralmente, despendidos em suportes auto-promocionais como outdoors eleitorais poderão ou poderiam dar de comer a um milhão de famílias portuguesas...Assim, da fonte vinícula da tradicional embriaguez nacional transita-se para outra dimensão ilusória em suporte gigantesco...Se isto fosse analisado em termos mitológicos poder-se-ia concluir que, da sacralização de Baco e da máxima "in vino veritas", transitou-se para a de Mercúrio "in outdoors ilusionis"...Mudam-se os tempos, mudam-se os suportes e permanece a neblina (cof, cof, cof, atchim!...:)
PP :) à propos, tenho um mito urbano (?)/provinciano dentro do cerebelo desde petite :) cadê as quantidades industriais de reservas de ouro que diz-se que dizem (os mitos urbano-provincianos detêm este cariz oralizante expresso pelo sujeito indeterminado desresponsabilizante, que quereis? :) os cofres portugueses tinham há 30 e tal anos e de que fala tanto a minha Tia de quase 90? Foram-se com a crise actual? Foram derretidas pelo novo paradigma da economia virtual? O Sal e Azar levou-as para a campa rasa dentro daquelas botas horrorosas com que se andou a pavonear e a matraquear-nos durante quase meio século? hum...
De qualquer das formas, o meu voto está cada vez mais avesso e colorido, no sentido de cosmopolita e humanizado...não sei, tenho uma alergia a cinzentismos, não sei porquê, esses eternos responsáveis pela circunstância de nem o chakra planetário situado debaixo (em cima? :) do nosso país o poder proteger da marabunta darwinista e kafkiana aglutinadora que, regra geral, rejeita as origens e se deslumbra com El Dourados apócrifos, não entendendo que foram as eternas políticas de transporte (hoje, actual alisadas em Km de alcatrão, TGVs, estádios megalómanos (tb é uma via de transporte, ainda que só simbólico :) :) e a ausência de uma aposta no desenvolvimento interno e na alfabetização generalizada que deram azo à crise estrutural de um navio à deriva (outrora, na pole position e, hoje, (quase) sem velas latinas :)
...viremo-nos para o mar, o sol, para as energias renováveis sem lobbies aglutinadores, para o desenvolvimento da nossa agricultura e não somente para a obsessão com campos de golfe (que tb são necessários, claro está, ao turismo, desde que em regime de media res :), para a recuperação do nosso património histórico quase a cair aos pedaços (incluindo os lindos imóveis que deixam apodrecer em Lisboa para construir mamarrachos de gosto inominável e que jamais atrairão um turista que seja) para o turismo rural, para o apoio efectivo a PMEs, liderdas, não raro, por pessoas de visão abrangente, parem de se deslumbrar, muito na onda do conto queirosiano A Civilização, com estádios de futebol e centros comerciais
e apostem no comércio tradicional ainda que remodelado pelas novas tendências estéticas, valorizem o distintivo e o autêntico desenvolvimento e deixem de ser obcecados com o massificado e a esterilidade burocrática, ignorando, sempre, as tendências globais, só incorporando, tardiamente, as já démodées, não entendendo que cada nação é diferenciada e que, tal qual um ser humano, deve desenvolver e afirmar os seus traços distintivos se pretender evoluir...e, como uma persona distintiva, vale muito mais criar o seu estilo com base na originalidade mais acessível, do que estar sempre a dar tiros no pé a usar prêt-a-porter ou mesmo haute couture em números, cores e feitios que não são para ela e que a ridicularizam aos olhos de quem os pode envergar...
Porém, todavia, contudo, a inspiração em modelos externos de sucesso, que só revela sabedoria e capacidade de aprendizagem ao longo da vida, é indispensável, desde que, deveras, adaptada à nossa realidade e traços distintivos e modelada por equipas interdisciplinares de especialistas que rejeitem a reunite aguda e adorem a pró-actividade, que em vez de se digladiarem por monólogos egocêntricos, auto-lustrando os sapatos, e quintais cercados, estrafagando por um nesgo territorial, elejam o bem estar colectivo a causa primordial ...
I.e., em suma, minimizemos a megalomania indiferenciada e maximizemos as particularidades distintivas...
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