...e eis que da verdura, frescura e delicadeza de folhas, flores e pétalas se criam estas obras singelas que modelam os nossos pezitos só em sonhos- imaginem estas delicadas peças a pisar as calçadas portuguesas...um vegetalocídio...
...confesso que nunca, jamais, em tempo algum, entendi a lógica das calçadas portuguesas, mantidas até em locais que deveriam promover a rapidez de circulação pedonal, sem se correr o risco de se torcer o tornozelo (fala-vos quem está sempre a torcê-los...:))) ou mesmo de partir um pé com direito, por vezes, a dar com a testa ou mesmo com a nuca numa pedra afiada e por lá ficar e ir directo ou para o hospital ou mesmo para a morgue...então, naquelas calçadas já bem polidinhas, com um bocadinho de chuva é tipo deslizar no gelo...mas outras desvantagens bem explícitas apresentam- o cocó de cães de cidadãos que de cívicos nada têm (há multas camarárias, mas cumpri-las ó, cumpri-las é que é lapidar !!!e lá nos vamos contentando e rindo com a circunstância de termos pisado a bosta da animália da besta do vizinho e que esta nos possa dar sorte para o Euromilhões...
...bem, mas pensava eu, em tempos idos :) ao menos, é mais barato- uma ova! não, não o é de todo, muito pelo contrário!!!...
...se fizessem passeios de cimento, guardando a calçada para locais mais turísticos, onde, se um não local cair certamente se rirá e dirá :) "how very typical!", os serviços camarários poderiam mais fácil e rapidamente efectuar a limpeza dos mesmos, os locais não só não estariam expostos a tantos acidentes pedonais (principalmente os idosos...:) como até poupariam muito em danos no calçado, principalmente, nós as mulheres que muito caminhamos, que nos vemos gregas para caminhar num piso que revela uma total falta de inteligência pragmática e que implica uma perda de tempo de produtividade fulcral...i.e., seria uma medida que teria consequências positivas ao nível da produtividade per capita, da saúde pública e do respeito pelo ambiente, para já não falar da poupança em quantidades industriais de pedra e da sua reposição periódica...quanto aos calceteiros, que já há bem poucos que primem pela qualidade das obras (contra factos não há argumentos...:), ficariam contentitos a criar obras-primas nos locais turísticos, orientados por outros artistas (sim, porque ser-se um bom calceteiro é uma arte, mas como todo o dom não o é para quem quer, mas para quem o tem...:) e ficava tudo bem...será que haverá um lobby dos sapateiros por detrás desta tradição? e o que é uma tradição? é uma actividade, uma arte que se converte em ritual, desta feita que não de passagem, mas de derrapagem, como muitas outras...apre! até neste aspecto a matriz é obstaculizante!
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