
...nos céus há aves que me recordam sonhos esquecidos, voos sublimes, aguerridos, vivos...
...junto pedaços de mim na procura de um manto colorido que faça sentido...
...é em vão, há momentos que me desconheço, e ao dourado junta-se o negro, um permanente desencantamento, uma profunda desilusão...
...vozes sempre se levantam: "para onde vais? tens aqui o teu cais!"...e lá o elástico que tentei a todo o custo esticar me devolve ao mesmo ponto de partida ao para trás voltar...
...sempre o negro de memórias que não morrem, de intertextos vitais que me desestruturam, que corroem, que anulam...
...dói sempre, não pára de doer, gostava que parasse, que a ferida sarasse, que um dia tudo findasse e que eu nem sequer de algo me lembrasse...
...mas sangra todos os dias em que baixo o olhar quando o poderia ter direccionado bem alto para o céu estrelado, com uma vida ao meu lado, todos os dias em que tenho de fazer o esforço de me reencontrar para não me perder...

....quem me dera poder partir de repente, ser Gente, poder-me lançar ao mar que me salgará as feridas...que doa, que me corroa as entranhas, mas que me permita nadar sem espectros na minha memória a pairar...marinheiro que é marinheiro lança-se às ondas esperando voltar, sem ter receio de se afogar...e se caso isso acontecer, que bom poder-se dizer :) "fi-lo para poder almejar viver sem ter sempre o espectro das nefastas memórias a me tolher"....
PP :) não se preocupem, que isto, amanhã, já passa...
...o que me apetece acrescentar é que do que tenho mais saudades é de não saber ou de, pelo menos, não o discernir com clareza- a alienação faz-nos sempre mais felizes...
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